Era bom não ter que preocupar com nada

Hoje um vento bom, uma chuvinha
eu vou observando as árvores que sobreviveram.
Vou observando e sentindo o cheiro do mato.

A fé é para não chorar.

De repente eu começo a suar.
Aquela chuvinha se foi.
Estamos em dezembro.
Aqui muita gente só pensa em festejar.
Beber cheirar e fumar um para relaxar.

Nem todo dinheiro pode salvar a terra.
Salvar os humanos de si mesmo.
Do perigo de ser presa e ao mesmo tempo predador.

Vou caminhando. Vou sonhando. Passo a passo. 
O que espero é chegar lá. No natal; depois mais.

Agora quem vai me convencer. Quem vai me converter.

Nem todo dinheiro pode salvar a terra. Até sua fé se ocultou.
Era apenas palavras em livro preto empoeirado chamado bíblia que você não lê mais.
Mas a saudade vem. De um tempo simples e feliz.

Agora firme na rocha ? Porque o abismo está a nos tragar. Se cochilar o cachimbo cai.
Era bom não ter que preocupar com nada. Meus pais me defendem. A justiça para todos.

A fé dos anciões em Deus era maior que hoje em dia. Mas me per doe se eu estiver errado.

Não quero ter um oitão nas minhas mãos.
Eu vou observando as árvores que sobrevivem.

Sobreviveram. 



                                    André da Silva